Renunciei, mas não fui eu - Coluna Carlos Brickmann
Domingo, 23 de agosto de 2009
Como todos os outros Estados, São Paulo deveria ter três senadores.
Ao contrário da maioria dos Estados, São Paulo não tem senador.
Aloízio Mercadante mostrou que, comparadas com ele, Rita Cadillac e a Mulher-Melancia nada têm a exibir. Rugiu truculento para Lina Vieira e miou para o presidente Lula. E seu estridente protesto contra o voto pró-Sarney, a renúncia à liderança do PT, não resistiu a uma conversa com o presidente. Como na famosa camiseta de Lobão (o cantor, não o governista), ele fez, mas não foi ele.
E os outros?
Eduardo Suplicy, fundador do PT, crítico feroz da falta de ética dos outros, desta vez não foi aos microfones do Senado nem para cantar Bob Dylan. Não atacou o Governo - e também não o defendeu (aliás, com certa razão: Suplicy não é Dilma, tem mestrado e doutorado de verdade, mas nunca foi chamado por Lula para ocupar qualquer cargo).
Silenciou. Não se sabe se ele está ao lado de Renan Calheiros ou de Aloizio Mercadante, de Collor ou de Flávio Arns.
O terceiro senador de São Paulo, como uma pesquisa no Google pode revelar, é Romeu Tuma, o Xerife, ex-superintendente da Receita Federal - que, diante de um problema que envolveu a Receita Federal, silenciou.
Mas Tuma, faça-se justiça, é fiel a seus princípios. Quando seu partido, o PFL, mudou de nome para Democratas, Tuma saiu e foi para o PTB. Um homem como ele, delegado que comandou o Dops na ditadura militar, não aceitaria jamais ser chamado de Democrata.
E qual dos três já apresentou um projeto de interesse do Estado?
Nova face
Na quinta, o senador Aloizio Mercadante dizia que a decisão de deixar a liderança do PT era "irrevogável". Já na sexta, revogou o irrevogável, porque o presidente Lula o considera "imprescindível". Pode ser - mas Mercadante, por bom tempo o principal assessor econômico do candidato Lula, que desistiu de disputar um mandato para ser seu vice numa eleição perdida, jamais recebeu um convite irrevogável de Lula para dar sua imprescindível colaboração no Governo.
A escolha de Sofia
Parafraseando Winston Churchill, no caso do Conselho de Ética foi oferecida ao PT a opção entre perder a ética ou as eleições. O partido, orientado pelo seu grande lider preferiu perder a ética, e pode ter desperdiçado boa parte das chances de não perder as eleições.
15:22 |
Posted in
0 responses to "aloisio mercadante"